Lembram quando a COVID-19 chegou e ficamos buscando desesperadamente por tratamentos eficazes? Pois bem, a ciência não para, e uma nova pesquisa de peso, lançada no The Lancet Respiratory Medicine trouxe ótimas notícias sobre os melhores medicamentos para tratar casos graves da doença em adultos hospitalizados.
Esse estudo reuniu dados de mais de 12.900 pacientes de diversos ensaios clínicos ao redor do mundo, focou nos inibidores de JAK (um tipo de medicamento que atua na inflamação). E o resultado é bem animador!
O que a pesquisa relatou?
Basicamente, o estudo trouxe como resultado que os inibidores de JAK (como o baricitinib, tofacitinib e ruxolitinib) reduzem a mortalidade em pacientes hospitalizados por COVID-19. Para ser mais exato, eles diminuíram o risco de morte em 39 pessoas a cada 1.000.
Além de reduzir mortes, esses medicamentos também:
- Diminuíram a necessidade de ventilação mecânica ou outros tipos de suporte respiratório.
- Permitiram uma alta hospitalar mais rápida, em cerca de um dia a menos.
- Reduziram a ocorrência de eventos adversos graves, o que é uma excelente notícia!
Muitas vezes, medicamentos potentes geram preocupações sobre efeitos colaterais. A boa notícia é que a pesquisa não encontrou um aumento significativo de eventos adversos graves com o uso dos inibidores de JAK para COVID-19, comparado a quem não usou.
Isso é super importante, pois traz mais segurança para o uso desses tratamentos.
Para quem essa descoberta é mais importante?
O estudo analisou diversos subgrupos de pacientes e descobriu que os inibidores de JAK são eficazes em pessoas com diferentes níveis de suporte respiratório, com ou sem outras doenças, e independentemente do uso de outros medicamentos como dexametasona ou tocilizumabe.
A única diferença relevante encontrada foi em relação à idade: pacientes mais jovens tiveram um efeito relativo maior na redução da mortalidade, mas o benefício absoluto (o número de vidas salvas) foi similar entre jovens mais velhos.
Por que essa pesquisa é tão relevante?
Este é o primeiro estudo que analisou dados individuais de tantos pacientes sobre o tema, reunindo praticamente todas as evidências disponíveis no mundo. Isso significa que ele tem um poder muito grande para derrubar algumas incertezas e divergências que existiam entre as diretrizes clínicas de diferentes países.
Em resumo, essa pesquisa nos dá uma segurança ainda maior de que os inibidores de JAK são uma opção de tratamento segura e eficaz para adultos hospitalizados com COVID-19, somando-se aos cuidados habituais. Mais uma vitória da ciência que nos ajuda a enfrentar os desafios da saúde global!
Importante: Algumas Limitações e a Transparência Necessária
Como todo bom estudo científico, este também possui suas limitações, e é fundamental que as conheçamos para entender o cenário completo.
Por exemplo, no estudo a análise de depuração viral (se o vírus sumiu mais rápido) teve pouca força, pois menos da metade dos ensaios contribuiu para esse dado.
Além disso, não foi possível tirar conclusões firmes sobre o tratamento em pessoas com condições imunocomprometidas, já que o número de participantes nesse grupo foi muito pequeno.
Outro ponto é que a COVID-19 e o próprio vírus SARS-CoV-2 evoluíram bastante ao longo do tempo, com o surgimento de novas variantes como a Ômicron; a maioria dos dados analisados é anterior a essa predominância, e apenas uma parcela dos participantes estava vacinada. Isso significa que, em uma população mais protegida e com variantes menos letais, o benefício absoluto dos medicamentos pode ser menor.
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