Entenda as Fases da Pesquisa Clínica para Novos Medicamentos

Acredito que você tenha visto em vários sites e jornais a notícia do estudo inovador que está usando uma proteína criada em parceria de um laboratório brasileiro e a UFRJ (por meio da pesquisadora Tatiana Coelho de Sampaio) para ajudar pessoas a recuperar os movimentos depois de uma lesão medular. Mas você entende em que as fases de pesquisa clínica para novos medicamentos? Essa é uma pergunta fundamental. O caminho de um novo medicamento, desde a descoberta no laboratório até a aprovação para uso na população, é longo e rigoroso, algo normal nesse mundo. E entender essas etapas ajuda a gente a valorizar a ciência e a ter paciência com o processo. O Caminho do Medicamento até a Venda: Entenda as Fases da Pesquisa O desenvolvimento de qualquer medicamento passa por fases bem definidas para garantir que ele seja seguro e eficaz. E a Pesquisa da UFRJ? Apesar dos resultados promissores relatados pelos pesquisadores, o fato de o estudo ainda estar na fase pré-clínica do ponto de vista regulatório mostra a seriedade do processo. Mesmo sendo utilizado pacientes no estudo, o número foi baixo, sendo considerado ainda um estudo acadêmico. Então o próximo passo é a fase 01 de teste. Isso não desmerece o avanço, pelo contrário, reforça que os pesquisadores e a agência reguladora estão sendo extremamente cautelosos, seguindo todos os protocolos para garantir que, se e quando a substância for aprovada, ela seja o mais segura possível. Essa jornada é longa e cheia de desafios, mas a ciência precisa ser assim. É o que garante que as inovações que chegam até nós não são apenas promessas, mas tratamentos que realmente podem transformar vidas. Estaremos na torcida!

Por que os médicos utilizavam a “máscara bico de pássaro” na Peste Negra?

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Essa semana vi uma notícia de um homem que foi diagnosticado com a peste negra nos EUA. Um questionamento veio enquanto lia a notícia, quem nunca viu aquelas imagens sinistras de médicos com máscaras que longas e pontudas, parecendo um bico de pássaro, durante a Peste Negra? Por que os médicos utilizavam aquela “máscara de pássaro”? Pesquisando, percebi que, por trás dessa aparência assustadora, existia uma tentativa de proteção contra a terrível doença, que no fim não funcionava. A Teoria dos Miastos: O Ar “Corrompido” como Causa Na Europa do século XIV, a ciência como conhecemos hoje ainda engatinhava. A causa da Peste Negra, causada pela bactéria Yersinia pestis transmitida por pulgas de ratos, era um mistério. A teoria dominante era a dos miastos – a crença de que doenças eram causadas por vapores pútridos ou ar “corrompido” que emanava da decomposição da matéria orgânica, de pântanos ou mesmo de pessoas doentes, ou seja, eles achavam que o que causador da doença estava no mau cheiro exalado pelos doentes. Com essa teoria em mente, os médicos da época tentavam se proteger desse “ar maligno”. E é aí que entra a famosa máscara de bico de pássaro! O Design da Máscara: Uma Barreira Contra o “Mau Ar” A máscara não era apenas um acessório bizarro. Ela tinha um propósito (segundo a ciência da época): Todo esse conjunto de vestimentas visava criar uma espécie de barreira física e olfativa contra a causa imaginada da peste. A Realidade: Uma Proteção Ineficaz Hoje sabemos que a Peste Negra não era transmitida pelo “mau ar”. A bactéria Yersinia pestis era transmitida principalmente pelas picadas de pulgas infectadas e, em alguns casos, pelo contato direto com fluidos corporais de pessoas ou animais doentes, ou ainda por gotículas respiratórias. As máscaras de bico de pássaro, apesar da boa intenção, não ofereciam uma proteção eficaz contra a real causa da doença. No entanto, podemos imaginar o quão desesperadora era a situação e como as pessoas buscavam qualquer forma de se proteger contra uma doença tão devastadora. A imagem do médico da peste com sua máscara sinistra acabou se tornando um símbolo da própria Peste Negra e da escuridão da época. É um lembrete de como a falta de conhecimento científico pode levar a tentativas de proteção equivocadas. Vimos isso durante a pandemia da Covid, em tempos atuais, com as várias máscaras de diversas formas sendo utilizadas. Por outro lado, olhar essas atitudes assim mostra o lado humano em buscar soluções mesmo diante do desconhecido. Veja mais

Estudo Revela os Deslizes Médicos da Série Dr. House

capa dr house

Quem nunca se pegou maratonando “House” e se impressionou com a genialidade, e a arrogância, do Dr. Gregory House? A série, que foi um fenômeno entre 2004 e 2012 e conquistou quase 20 milhões de espectadores por episódio, nos fazia acreditar que qualquer caso, por mais insolúvel que fosse, teria uma solução brilhante. Mas será que era tudo verdade? Acontece que três médicos croatas, que por sinal são fãs da série, resolveram fazer uma análise aprofundada. Eles assistiram aos 177 episódios de “House” com um olhar clínico e identificaram nada menos que 77 erros científicos! O estudo, intitulado “Dr. House: entre a realidade e a ficção”, teve como objetivo principal analisar os diagnósticos, a representação da prática clínica e, claro, detectar as falhas médicas. Os erros mais “na cara” (e alguns nem tanto!): Segundo o professor Denis Cerimagic, neurologista da Universidade de Dubrovnik e autor principal do estudo, algumas falhas são bem evidentes. Por exemplo: O Realismo nas Séries Médicas de Hoje É interessante notar que, de acordo com o professor Cerimagic, as séries médicas evoluíram bastante nesse quesito. Hoje em dia, a precisão científica é muito maior, e os erros são tão sutis que “apenas os profissionais da saúde conseguem detectá-los”. Isso mostra um esforço maior da produção para se aproximar da realidade da medicina. Apesar dos erros, “House” certamente marcou uma era e despertou o interesse de muita gente pela medicina. Mas é sempre bom lembrar que a ficção é ficção, e a realidade dos consultórios e hospitais é bem mais complexa e, por vezes, menos glamourosa do que nas telas. Você já notou algum erro médico em “House” ou em outras séries? Conte para a gente nos comentários! All Posts Análises Dose de ciência Inovação & Saúde Últimas Viralizou Qual é o seu perfil durante a pausa do café? 10 de maio de 2025/No Comments Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas…todos amam um café durante a pausa do plantão? Read More Como o nosso cérebro aprende? 10 de maio de 2025/No Comments Hoje quero compartilhar com vocês uma reflexão bem interessante que pensei nesses dias…qual a melhor forma que podemos aprender algum… Read More Verdade Científica vs. Sensacionalismo Viral 10 de maio de 2025/No Comments O desafio dos cientistas nas redes sociais A era digital trouxe consigo um novo paradigma para a comunicação científica, com… Read More Load More End of Content.

O grande desafio para os cientistas

cientista viral

O desafio dos cientistas nas redes sociais A era digital trouxe consigo um novo paradigma para a comunicação científica, com as redes sociais desempenhando um papel central na disseminação de notícias, muitas vezes virais. No entanto, os cientistas enfrentam desafios significativos ao utilizar essas plataformas para compartilhar conhecimento, impactando não apenas a comunidade científica, mas toda a sociedade. Enquanto estudos científicos passam por um rigoroso processo de revisão e publicação, as redes sociais oferecem informações instantâneas. Uma única postagem pode atingir milhões de pessoas em questão de minutos, alcançando um público mais amplo e rápido do que um artigo acadêmico publicado na maior revista científica da área, gerando um certo grau de confiança no público geral. Como poderíamos diminuir essa distância de comunicação entre cientistas e sociedade? Complexidade da Mensagem A ciência muitas vezes lida com conceitos complexos, o que torna desafiador comunicar de maneira clara e acessível em espaços como o Twitter ou Instagram, onde a atenção é escassa. A maneira simples de falar pode levar a interpretações distorcidas, enquanto a profundidade técnica pode afastar o público em geral. Competição por Atenção A batalha por atenção em redes sociais muitas vezes incentiva a criação de conteúdo sensacionalista em detrimento da precisão científica. A métrica do engajamento muitas vezes prevalece sobre a qualidade da informação. O compartilhamento nas redes sociais cria um efeito multiplicador. Uma informação envolvente ou chocante tem maior probabilidade de ser compartilhada, alcançando tanto seguidores diretos, quanto suas redes, resultando em uma disseminação exponencial. Figuras públicas e influenciadores nas redes sociais muitas vezes têm mais impacto na opinião pública do que fontes tradicionais de autoridade científica. O apelo emocional e pessoal dessas figuras pode influenciar fortemente a percepção do público sobre determinados temas. A incerteza e a rápida disseminação de informações levam ao surgimento de teorias da conspiração e desconfiança em relação às instituições científicas. Diante dos desafios crescentes, é imperativo que os cientistas transcendam as fronteiras de suas comunidades acadêmicas e liderem um movimento colaborativo de divulgação científica acessível a todos. Ao sair da bolha de seus pares, os cientistas podem assumir um papel proativo na construção de pontes entre a ciência e sociedade. Isso requer uma mudança de mentalidade, reconhecendo a importância não apenas da pesquisa de ponta, mas também da disseminação eficaz do conhecimento para todos.