Em um mundo onde a medicina avança constantemente, muitas vezes nós profissionais da saúde e pessoas em geral focamos apenas na cura, não é mesmo? No entanto, existe uma área da saúde igualmente vital, que oferece conforto, dignidade e qualidade de vida quando a cura não é mais possível ou a doença é altamente complexa: os Cuidados Paliativos em pediatria.

Mas o que são, afinal, os Cuidados Paliativos?

Basicamente, eles são um tipo de conduta voltado na melhora da qualidade de vida de pacientes (e suas famílias!) que enfrentam doenças que ameaçam a continuidade da vida. O foco pode não ser mais exclusivamente na cura da doença em si, mas sim na prevenção e alívio do sofrimento, através da identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e de outros problemas físicos, psicossociais e espirituais.

Cuidados Paliativos em Pediatria e Neonatologia: Um Cuidado Específico

Quando falamos de crianças e recém-nascidos, os Cuidados Paliativos ganham uma dimensão ainda mais delicada e específica. Não é apenas replicar o que se faz com adultos; é preciso um olhar muito particular.

Aqui estão algumas especificidades:


Quem é Elegível? Os 4 Grupos de Pacientes Pediátricos para Cuidados Paliativos

A identificação dos pacientes que se beneficiarão dos Cuidados Paliativos em pediatria é feita com base em categorias que consideram o tipo e a evolução da doença, segundo a Associação Pediátrica para Cuidados
Paliativos (ACT) e do Royal College de Pediatria e Saúde da Criança (RCPCH) no Reino Unido. A imagem que compartilhamos destaca 4 grupos principais de pacientes elegíveis:

Fonte:BRASIL DE OLIVEIRA IGLESIAS, S. et al. Cuidados paliativos pediátricos Resumo Endereço para correspondência. Residência Pediátrica, v. 6, n. 1, p. 46–54, 2016.
  1. Condições para as quais o tratamento curativo é possível, mas pode falhar.
    • Exemplos: Doenças oncológicas progressivas, avançadas ou com prognóstico reservado, cardiopatias congênitas complexas ou adquiridas e doenças candidatas a transplante.
  2. Doenças progressivas sem chances realistas de cura (deterioração progressiva a partir – ou antes – do diagnóstico).
    • Exemplos: Doenças metabólicas progressivas, osteogênese imperfeita grave, doenças neurodegenerativas.
  3. Condições sem chances realistas de cura da doença, mas cuja sobrevivência pode ser prolongada significativamente.
    • Exemplos: Infecção pelo HIV, fibrose cística, distrofia muscular progressiva, insuficiência respiratória crônica, imunodeficiências graves e epidermólise bolhosa grave.
  4. Doenças não progressivas, mas irreversíveis (com altas chances de causar morte prematura devido a complicações).
    • Exemplos: Encefalopatia crônica não progressiva, anoxia grave, malformações cerebrais graves, sequela de trauma grave.

Para resumir, os Cuidados Paliativos em pediatria e neonatologia são um ato de amor e humanidade. Eles oferecem uma rede de apoio essencial para que crianças e suas famílias possam viver com a melhor qualidade de vida possível, independentemente do prognóstico da doença. É um cuidado que abraça a vida em sua totalidade, com foco no alívio do sofrimento e na dignidade em cada fase.

É de fundamental importância que os profissionais de saúde que estejam envolvidos nessa área sempre procurem se capacitar e dialogar buscando uma melhor conduta para esses pacientes.

Qual sua percepção sobre a importância dos Cuidados Paliativos, especialmente para crianças? Compartilhe nos comentários!

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