O Ministério da Saúde lançou uma nova medida que pode mudar o jogo na prestação de serviços especializados no Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio do programa Agora Tem Especialistas, hospitais privados e filantrópicos podem oferecer tratamento ao SUS em troca de perdão de dívidas com a União, ou quitar débitos futuros.
A lógica é simples: os hospitais privado e filantrópicos prestam serviços como cirurgias, exames e consultas em áreas consideradas prioritárias, e, em contrapartida, recebem créditos que futuramente poderão ser usados para aliviar o peso das dívidas tributárias.
Como vai funcionar na prática?
Os hospitais privados e filantrópicos interessados em oferecer tratamento ao SUS em troca de perdão de dívidas devem primeiro manifestar interesse no sistema InvestSUS.
Mesmo instituições que não possuem dívidas atuais podem participar, acumulando créditos para quitação de eventuais débitos futuros.
Uma vez analisada e aprovada a adesão, os hospitais já poderão começar os atendimentos ao SUS ainda este ano. No entanto, os créditos só poderão ser usados para abatimentos a partir de 1º de janeiro de 2026.

Quais áreas serão contempladas?
A medida é estratégica e foca em especialidades com alta demanda e longas filas de espera. Serão priorizados serviços nas seguintes áreas:
- Oncologia
- Ginecologia
- Cardiologia
- Ortopedia
- Oftalmologia
- Otorrinolaringologia
A tabela usada como base será a nova Tabela Agora Tem Especialistas, que inclui mais de 1.300 tipos de cirurgias e procedimentos.
O que muda para os hospitais privados e filantrópicos?
Além da possibilidade de quitar dívidas com até 100% de desconto em juros, multas e encargos, o programa oferece condições diferenciadas:
- Santas Casas, cooperativas e OSCs: parcelamento em até 145 meses com 70% de desconto.
- Demais instituições: até 120 meses com 65% de abatimento.
Por que isso importa?
Essa iniciativa une dois pontos historicamente frágeis do Sistema Único de Saúde (SUS): a demanda reprimida por atendimentos especializados no SUS e o endividamento estrutural de hospitais filantrópicos e privados. Ao oferecer uma via de mão dupla, o programa promete acelerar cirurgias e exames, além de dar fôlego financeiro a instituições que são peças-chave no atendimento à população.
Se a execução for eficiente, pode representar um avanço importante no combate às filas, sem sobrecarregar ainda mais os cofres públicos — e com impacto direto na vida de milhões de brasileiros que aguardam por procedimentos essenciais.
O que você achou? Foi uma boa ideia do governo para o SUS?